Qual é a nossa história?

por Anónimo em segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Suas rugas já contavam longas histórias, seus olhos haviam visto o que era não ter roupa nem calçado, seu estômago soubera o que era não ter nada para matar a fome. Sim, ele vivera sob a face negra de um Regime Ditatorial, ele era do povo, vira cair uma ditadura e nascer uma democracia, mas algo nunca mudou, esse algo era o trabalho, a força que sempre tivera esse povo, que nascera com um pé fora da escola e outro já no campo, lutando sem cessar por uma vida que se prometia melhor e em pouco ou nada melhorou.

Toda a história seria mais interessante se reconstruída pelos ecos das vozes mais idosas cujo conhecimento da vida é bem mais sábia que essas balelas parlamentares sem glória alguma. A vida vai aí num desatino e eu nem sei bem de quem é a culpa nem sei bem de que lado ficar nem sei bem nem sei bem, acho que é isso mesmo. Duas rápidas conclusões: muita fanfarronice sem nunca termos dinheiro algum,  e muita ideologia e parece-me que também não tendo já  valor algum. De tudo isto só retiro um pesaroso pressentimento copiando já o autor anterior a mim: toda a civilização nasce, cresce, chega ao cume e depois morre. E para mim tudo se parece resumir a isto, salvo a sociedade portuguesa. Esta me parece quase sempre estagnada, mas já não sei se isso é do pessimismo (aprendido) que já herdámos ou se na realidade é mesmo assim. Talvez quando for mais velha e mais (menos) sábia eu reflicta melhor sobre isto e consiga perceber o que era para mim ( tão nova ainda) esta confusão. Só tenho uma ambição fazer isto como aquele trabalhador do campo, de modo honesto e imparcial, alheia a ideologias e civilizacionismos, depurando cada ideia e tentando enlouquecer tentando perceber qual foi e é na verdade a nossa história.

De: Cláudia Isabel

Um comentário

Ora aqui está!!!

Não me esqueci :D

Cumprimentos ao pessoal do Tribuna e aos nossos estimados leitores!!

by Anónimo on 4 de outubro de 2010 às 14:54. #