#28 às terças, quase como acaso

por TR em terça-feira, 19 de maio de 2009

TRÊS COISAS. COISAS? COISAS.

1. A propósito do texto do henrique. "Existe uma lenda acerca de um pássaro que só canta uma vez na vida, com mais suavidade que qualquer outra criatura sobre a Terra. A partir do momento em que deixa o ninho, começa a procurar um espinheiro, e só descansa quando o encontra. Depois, cantando entre os galhos selvagens, empala-se no acúleo mais agudo e mais comprido. E, morrendo, sublima a própria agonia e solta um canto mais belo que o da cotovia e o do rouxinol. Um canto superlativo, cujo preço é a existência. Mas o mundo inteiro pára a ouvi-lo, e Deus sorri no céu. Pois o melhor só se adquire à custa de um grande sofrimento...Pelo menos é o que diz a lenda." in Pássaros Feridos, Colleen Mccullough.

2. Há muito tempo que andava para pôr um poema de Alexandre O'Neill numa história. Só que deparo com um conto que já o fez. Fica apenas o poema...
"Nesta curva tão terna e lancinante
que vai ser que já é o teu desaparecimento
digo-te adeus
e como um adolescente tropeço de ternura
por ti."
O tropeço de ternura vale tudo.

3. Era uma vez um homem que disse a outro
- Estou a tornar-me uma coisa horrível.
- Uma coisa? Uma coisa não é horrível nem boa, é apenas coisa.
- É esse o meu tormento. É que não me bastando com ser coisa, tornei-me ainda horrível.
Fez-se um silêncio incómodo. E depois disse o outro
- Vicissitudes.

Um comentário

:) Lool
Gostei...

(vicissitudes :P)

by Duarte Canotilho on 21 de maio de 2009 às 00:05. #