Fora de horas 3

por Guilherme Silva em terça-feira, 31 de março de 2009

E depois de levar por uma última vez os lábios ao café, e cerrado já o meu último sorriso, disse-lhe em minutos o que em anos não conseguira.
Ela já o sabia, apenas não o escutara ainda.
Paguei os dois cafés e saí.
Pois, eu sei. Não sou um traste.

O caminho para casa foi mais calmo. Mais silencioso.
As velhas no autocarro já não pareciam rir-se de mim. De nós.
Pois, não sou um traste.

O quarto agora parece-me mais quente. Já não ouço os relógios trabalhar.
Sento-me na cama, desenlaço a minha melhor gravata. Volto a respirar.
Não, não sou um traste. Mas tento.

2 comentários

cool

by Manuel Marques Pinto de Rezende on 31 de março de 2009 às 11:20. #

Keep trying :p

by Inês on 1 de abril de 2009 às 10:56. #