Dia Internacional da Mulher

por Angelina em sábado, 7 de março de 2009

Em todo o Mundo:
-70% Dos 1.3 mil milhões de pobres são mulheres (dados de 2007)
-2 Milhões de meninas por ano são sujeitas a mutilações
-4milhoes de mulheres e meninas são vendidas a cada anos para prostituição e afins
-2/3 Em média das remunerações dos homens, é quanto ganham em média as mulheres
-cerca de 17% de legisladores são mulheres
-10% É o mínimo de mulheres que já foram agredidas pelos parceiros
-1/3 Das relações de violencia entre os sexos é denunciado

Nos EUA em cada 12 segundos uma mulher é agredida e uma outra é violada a cada minuto e meio

Em Portugal:
1910: primeira mulher a votar: aproveitando-se da omissão legal sobre o sexo do chefe da família, carolina Ângela, médica, viúva e mãe de duas crianças faz prevalecer a sua condição de chefe de família para depositar o seu voto nas eleições para a Assembleia Constitucional. Em consequência a lei foi modificada de forma a estabelecer claramente que só os homens podem exercer o direito de voto
1913: primeira mulher a possuir uma licença em direito: Regina Quintanilha
1974: 25 de Abril. São abolidas todas as restrições ao direito ao voto. As mulheres podem aceder pela primeira vez à magistratura, diplomacia, e a certas posições na administração local, que lhes estavam interditas.
Primeira mulher ministra: Maria de Lourdes Pintasilgo, Ministra dos Assuntos Sociais
1976: nova CRP que consagra igualdade de mulheres e homens em todos os domínios
1978: o Código Civil é revisto segundo a nova lei da família, os cônjuges gozam de direitos iguais. A dependência da esposa em relação ao marido é suprimida

Em vésperas da comemoração do dia Internacional da Mulher, inicio a minha série de colaborações com o blog com uma referência a este dia aparte quaisquer dissertações sobre o facto de haver dia só da Mulher com as opiniões que dai emergem contestando a sua ajuda para suprir a desigualdade entre os sexos e aparte também qualquer tipo de feminismo.
Apesar de muitos avanços nesta matéria como relembrei em cima não podemos ignorar um conjunto de problemas derivados das situações de desigualdade e injustiça contra as mulheres que ainda persistem no Mundo contemporâneo que se diz desenvolvido, havendo ainda muito a fazer para que se possa viver numa sociedade justa e paritária.
Muitas mulheres enfrentam obstáculos específicos que resultam da sua situação familiar e da sua situação sócio-economica.Elas são descriminadas no trabalho; em várias culturas passam por diversas atrocidades onde os mais elementares direitos humanos são negados; outras são vítimas de violação, violencia doméstica e constantes assédios sendo também e principalmente vítimas de uma mentalidade que não muda com decretos.
A história sobre esta data deriva dum mito de que em 1857 a 8 de Março as operárias de uma fábrica têxtil de NY fizeram no local uma greve para reeinvindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas para 10horas e contestarem o facto de receberem menos de um terço do salário dos homens. Diz-se que durante o protesto foram fechadas na fábrica deflagrando-se um incêndio, morrendo queimadas. Há quem diga que esta versão se trata duma confusão entre realmente uma greve ocorrida nesse dia e um incêndio acidental ocorrido na fábrica de Triangle Shirtwaist em 1911 também em NY tido como o pior incêndio da historia da cidade em que mais de uma centena de costureiras morreram queimadas. O que é certo é que em 1910 na 2ª conferencia da mulher socialista a dirigente do partido social-democrata Clara Zetkin propõe a criação dum dia internacional da Mulher oficializando-se depois a data de 8 de Março pela ONU em 1975.Antes mesmo da criação de um dia seu mas sobretudo ao longo das ultimas décadas, registaram-se avanços positivos ao nível das mentalidades e atitudes com reflexos no estatuto das mulheres em Portugal e no resto do Mundo provindos de lutas feministas que tentaram alcançar a liberdade que é sua por Direito derivada da dignidade da Pessoa Humana. No entanto foi através de muita luta que a mulher ocidental (pelo menos) alcançou esse esboço de liberdade. Foram séculos de uma árdua luta para a mulher conquistar o direito de aprender, trabalhar, de ter a sua própria identidade, de ter personalidade e capacidade judiciária e assim direito de participação na vida política. A posição que a mulher dos nossos dias desfruta foi conseguida pela força e não por um processo de mútuo entendimento e era bom lembrarmo-nos (pelo menos nós mulheres) disso e não darmos as coisas por garantidas. Antes de sequer pensarmos que não ligamos a politica devemos pensar que alem da política se repercutir directamente na nossa vida, a participação feminina não foi de todo um direito originário e devemos lembrar todas aquelas que sofreram, foram marginalizadas e ostracizadas para conseguirem que hoje a tivéssemos. Por isso sinto que a comemoração desta data para os comuns mortais e a par com o que acontece também com outras datas, está a cair no esquecimento ou ate pior, a comercializar-se, sendo motivo de jantares, aproveitada para festas em discotecas e para uma menção nos jornais do dia. Assim aproveitei para (re) lembrar preconceitos e limitações que vêm sendo impostos à mulher que de resto foi o motivo para que esta data foi criada.

3 comentários

muito bem Maria Angelina muito bem....

by Anónimo on 7 de março de 2009 às 22:35. #

que lindo Gi que lindo ;)

by Anónimo on 7 de março de 2009 às 22:37. #

parabéns, sra colaboradora de sábado, parabéns! xD

a tua tradutora favorita*

by Anónimo on 8 de março de 2009 às 01:20. #