Não me apetece escrever. Então não escrevo. Engano a minha mente dizendo que tenho que fazer algo mais importante. Sento-me na secretária e organizo apontamentos. O telefone toca. Corro para que seja eu a atender, para que aquele momento não seja mais um em vão. Não era para mim. Sento-me no sofá e ligo a televisão. Está a dar uma das minhas (muitas) séries favoritas. O tempo passa e eu nem me apercebo. Começo a ouvir o meu cão ladrar. Olho pela janela. Já é de noite e ele tem fome. Lembro-me então que tinha um texto para escrever. Vou dar de comer ao meu cão na esperança que o texto se tenha escrito por si.
Nada. Nem uma palavra. Então penso e sai um conjunto de palavras que qualquer um poderia escrever. Sorrio. As palavras podem ser escritas por qualquer um, mas estas frases são minhas, não são de mais ninguém. Sorrio de novo. Lembro-me que posso não ter feito nada, mas que ao menos tenho poder sobre a minha vida. Olho para o relógio. Ainda é cedo. Falta muito até chegar a meia noite e ouvir a melodia que tanto gosto.
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