Já lá vão anos, mas lembro-me que duas características da fria (três, afinal) Londres me marcarem sobremaneira. A primeira foi o pairante odor a fritos que rapidamente se me colou às fossas nasais, a segunda a fascinante arquitectura da cidade. Fabulosos edifícios Barrocos onde um dia Henry Purcell adormeceu sobre as suas partituras, majestosos edifícios Vitorianos onde eventualmente Oscar Wilde terá aliciado jovens burgueses e robustos marinheiros a pertencerem-lhe por uma noite, e magníficos exemplares da mais moderna arquitectura onde delinquentes como Alex da Large se cruzam com Yuppies e Bobbies todos os dias. E é aqui que chego ao tema central desta Ode à arquitectura Londrina: Sir Norman Foster e a Foster and Partners.
Já lá vão anos, mas lembro-me que ainda à sombra do Tate Modern, me senti como que observado por algo gigantesco que arranhava o céu por trás do meu ombro. Ainda em construção mas já imponente, a sede da Swiss Re da autoria da Foster and Partners pairava sobre Londres como uma qualquer maquiavélica obra do Grande Irmão. Situado em pleno centro económico londrino, este incomparável edifício marcou a arquitectura moderna, reinventando-a, arrisco.
De novo o vidro, de novo a fibra. Para não mais a rigidez, o aborrecido ângulo recto, a pesada horizontalidade. Este “Ovo de Páscoa”, como um dia um menino estrangeiro lhe chamou, encorpava a nova Londres, veloz, vertiginosa e subversiva.
Deparei-me com outras obras deste senhor e seus colegas espalhadas um pouco por toda a cidade. Desde a nova abóbada e praça central do Museu Britânico à própria Câmara Municipal, por toda a cidade Norman Foster deixa a sua marca. Agora, anos volvidos, o mundo rende-se a este grupo de criativos. Parques Zoológicos na Dinamarca, arranha-céus em NY, pirâmides no Kazaquistão, Sir Norman Foster está em todo o lado.
Estava à mesa e não tinha um tema para esta semana. Comi um ovo e lembrei-me. Não é fantástica a arquitectura?
www.fosterandpartners.com
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