Tom Waits.
Sim, aquele individuo com voz de bagaço, apesar de andar sempre agarrado a uma garrafa de bourbon. Este indivíduo é um mistério; um mistério agradável. Sempre um renegade da música norte-americana, nem por isso a América lhe ficou indiferente. Nem o mundo. António Pinho Vargas dedicou-lhe uma faixa.
Faz música, faz filmes, faz música para filmes...Tom Waits expressa como poucos o mundo citadino em que vivemos. Acredito mesmo que sim, não o acabei de ler no Wikipedia ou Allmusic. A ilusão, a desilusão, a paixão, a amargura, noites frias ao relento e a intoxicação alcoólica, tudo encontro nas músicas dele, sensatamente descrito e relatado. Nunca ouvi faixa tão friamente genuína como “Please call me baby”.
Boémio e desequilibrado por natureza, nem sequer faz por o disfarçar. Ou aflorar. “Pasties and a g-string” é disso exemplo, faixa em que descreve com singular veracidade a vida na vasta valeta Nova Iorque.
Já quis ser boémio e alcoólico, e devo-o a este homem. Ele faz o inferno cheirar a morangos, mel e alfazema, ou a refinado whisky, simplesmente.
Fora de horas escrevo, e à semelhança deste medíocre artigo, fora de horas é também Tom Waits. Não sei se ele devia ter nascido num passado distante ou num futuro próximo, mas decerto não é este o seu tempo. O mundo é demasiado quente e acolhedor para um homem tão frio.
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Um comentário
Este artigo pode ser muita coisa, mas mediocre não é de certeza!
by Luísa on 13 de novembro de 2008 às 20:05. #
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