Quando labores jus tribuneiros me roubam a salubridade mental para escrever sobre o nada, aproveito e deixo palavras que não são minhas mas que, felizmente, roubei para páginas rasgadas pelo meu punho. Em tinta azul, talvez de esferográfica bic. Ou talvez não.
"O comum das pessoas, na garganta deles, não passa de deglutição difícil, gentezinha sonsa, privada de talento e não iluminada por nenhuma graça. Essa gente da Literatura, amor, ensinou-o a censurar-me a ignorância, a preguiça de ler um livro ou grandes artigos de fundo num miserável jornal político. A essa parte que em sí ruia, amor, quisera eu dizer que não era preciso conhecer a fundo o conflito Irão-Iraque ou o problema palestiniano para ser pessoa e merecer ser tratada de forma inteligente. Nunca foi claro para mim que isso da perestroika ou do apartheid fosse tão indispensável ao meu amor por si como a arte de lhe sorrir ou o prazer de o receber na minha cama..."
João de Melo, Gente Feliz com Lágrimas
Para a próxima semana volta o nada com alguma história ao centro. Ou uma história no todo recheada, no seu númeno, de nada. Depois verei. Ou, simplesmente, deixarei que o acaso flua.
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