When in Rome...

por Guilherme Silva em segunda-feira, 13 de outubro de 2008



Diz o ditado que quando “em Roma sê romano”.
Não fui a Roma, mas quando em trás-os-montes fiz por passar bem por transmontano, “gente de gema” como suponho que se diga por lá.
Passeei por sítios que nem imaginava existirem, ouvi histórias e tive conversas que à primeira passariam por enfadonhas mas sabe Deus o prazer que me deram, vi bonitas bolotas do tamanho de nozes (transgénicas talvez, mas não digam a Louçã), e comi bem. Muito bem.
Descobri que em trás-os-montes há muito mais que montes. Na “terra quente”, uma vasta planície bastante semelhante ao Alentejo profundo, encontrei um maravilhoso oásis. O fruto de uma bem conseguida cooperação entre a mãe natureza e o Homem, a lagoa da barragem do Azibo. Por uma vez vou deixar cair o meu frio manto de ferro e admitir que lá fui feliz: passeei, nadei, arrependi-me de ter nadado, e mirei o céu. Céu este que parecia jamais terminar.
Na volta ao meu quartel-general transmontano, Chaves, visitei Mirandela, e descobri que há quem beba Licor de Merda com orgulho. Dizem que não passa de um licor banal, mas mesmo assim não quis provar.
Ah, trás-os-montes, terra fantástica onde o pão sabe a mel, apesar de não o ter. Comi outras coisas que julguei terem caído em desuso com a ida dos Suevos. Pernas a porcos, entranhas a borregos e arroz doce.
Foram três dias espectaculares e pitorescos. Voltei ao meu Porto de sempre dois quilos mais pesado, mas bastante mais português.

2 comentários

Gostei muito, Guilherme! Agora percebo o teu entusiasmo pela nova crónica regional... :)

by Francisco on 13 de outubro de 2008 às 22:28. #

Por vezes, esquecemo-nos do quão bonito é o nosso país.
Sugiro que um dia vás a Lamego... (e vás a aproveitar a vista, sobretudo na Régua)
Obrigada pelas imagens do nosso país que em pequenos segundos me fizeste recordar e imaginar.

by Luísa on 14 de outubro de 2008 às 17:54. #